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Foto do escritorRicardo Bernardo

Summer Breeze Brasil 2023: O festival que o headbanger merece!

Há anos o headbanger brasileiro sonha com um festival ao menos similar aos vídeos que assistimos dos festivais europeus: grande e diverso. A nossa hora de ser feliz chegou! O Summer Breeze é um festival que acontece há 25 anos na região da Bavaria, na Alemanha, e pela primeira vez teve uma edição em outro país: o Brasil.



Com um line up diverso, mesclando clássicos e novidades, a edição brasileira ocorreu nos dias 29 e 30 de abril no Memorial da América Latina, famoso ponto turístico da cidade de São Paulo, super bem localizado, ao lado de uma estação de metrô, e a estrutura não deixou a desejar!


Estrutura

Foram quatro palcos, sendo um deles exclusivo para quem optou em comprar o ingresso Summer Lounge, que também dava acesso a pista premium dos palcos principais, além de alimentação e bebidas inclusas.



O Memorial da América Latina é um complexo dividido por uma avenida, e interligado por uma passarela - uma das causadoras de ‘trânsito de pessoas’ entre os shows. Pra quem já foi em festivais europeus ou até mesmo assistiu vídeos de alguns, consegue traçar um paralelo entre o Summer Breeze Brasil e os festivais do velho continente: Palcos principais robustos, com grandes telões, facilidade em comprar bebidas ou comida, sistema cashless funcionando muito bem, merchandise oficial e diversas outras atrações além dos shows. Uma experiência completa!


Pontos a melhorar

Primeiramente, não podemos deixar de falar da qualidade do som. Alguns shows, como o Benediction, estava extremamente alto. Um nível absurdo que incomodou a todos. Alguns shows foram prejudicados nas primeiras músicas por um som embolado ou com falhas no microfone ou instrumentos, como o do Grave Digger e da Crypta.


Banheiros químicos. Os tão temidos banheiros já estavam exalando um cheiro de podridão logo no início do dia, além de alguns estarem muito próximos ao palco Sun e também a área de alimentação. Na parte do Lounge, os banheiros (que não eram químicos) também estavam em situação deplorável. O festival também poderia ter sido muito mais limpo, se houvesse um número maior de lixeiras, que eram difíceis de encontrar e quase sempre estavam transbordando.


Foi divulgado que haveria pontos gratuitos de água potável, mas eram quase inexistentes. Tão escondidos, que a maioria das pessoas preferiam pagar pela água.


O trânsito na passarela foi um problema que acredito que possa ser resolvido escolhendo melhor quais bandas tocam no palco Sun. Boa parte do público do Avantasia, que tocou no palco Ice, partiu para o show do Stratovarius no palco Sun, que estava extremamente lotado, enquanto o Parkway Drive estava muito mais tranquilo em um dos palcos principais.



Os shows

Cheguei quando tocava o Benediction. Eu nunca tinha visto a banda antes, então estava super animada, mas confesso que a animação durou pouco. O som estava completamente estourado, extremamente alto, machucando os ouvidos de todos os presentes. O que é uma pena, pois a banda estava muito feliz em tocar aqui, mas sendo sincera, não consegui me divertir e nem sequer prestar atenção, com aquele volume todo. Tive que me distanciar do palco e, mesmo assim, o incômodo continuava. Lembrete: levar protetores auriculares na próxima edição.


Parti para o show do Crypta, outra banda que também era a minha primeira vez assistindo ao vivo, e mais uma vez, som desregulado nas primeiras músicas e microfone mudo, além de pouco espaço para a quantidade de bangers que esperavam pela banda. A Crypta trouxe músicas do álbum Echoes of the Soul, além do último single, “I Resign”.


O show do Viper + Shaman + integrantes do Angra, em homenagem ao André Matos foi memorável! Lindo,,recheado de clássicos que todos nós conhecemos, e o público fez bonito, estirando uma bandeira enorme com o rosto do André Matos e a bandeira do Brasil estampados enquanto os músicos tocavam “Carry On”.


Na sequência, decidi assistir o Lord Of The Lost, banda alemã de metal industrial e que apesar de pouco público, impressionou bastante. A banda ainda participa este ano do Eurovision (competição de música que, inclusive, trouxe aos holofotes o Maneskin), e sem dúvida a canção que eles estão competindo foi a que o público mais cantou junto, “Blood And Glitter”, mas ouvir “Loreley”, e “Drag Me To Hell” me trouxe um sorriso no rosto!


Vamos falar de Blind Guardian! Que show! Foram longos oito anos esperando pela volta dos alemães ao Brasil, e não poderia ter sido melhor: A banda tocou o álbum Somewhere Far Beyond na íntegra, além de não deixarem de lado clássicos como “Imaginations From the Otherside”, “Valhalla” e encerrando com “Mirror Mirror”.

Hansi Kursch ainda tem uma potência vocal impressionante. É uma banda poderosa, que entrega tudo ao vivo!


Grave Digger: possivelmente uma das bandas que mais vi ao vivo. Não consigo nem contabilizar quantas vezes cantei “Rebellion”, “In The Dark Of The Sun”, “Excalibur”, “Heavy Metal Breakdown” e tantas outras com os caras tocando na minha frente. E dessa vez não foi diferente! Apesar de vários problemas de som (de novo!), o show foi recheado de clássicos e muito animado.


O próximo show que escolhi assistir foi o H.E.A.T. Não conhecia, mas resolvi dar uma chance! Apesar de parte da plateia muito animada e da banda estar explicitamente feliz, a música realmente não me cativou. Acontece, né?


Fui até a pista premium para assistir o The Winery Dogs, mas de novo, som extremamente alto. Até o nosso corpo tremia junto com o bumbo da bateria. Com os ouvidos doendo, desisti de assistir de perto. Uma coisa que notei entre o Summer Breeze e os festivais que pude visitar na Europa, é a distância entre o palco e a plateia. No exterior, a distância é bem maior, fazendo com que nós não fiquemos tão “em cima” das caixas de som, e não machucando os ouvidos (ou talvez o Summer Breeze só exagerou mesmo no volume…quem sabe?). Esse desconforto atrapalhou muito a experiência.


Pelo que me lembro, esse foi o meu terceiro show do Testament. Os vi em dois festivais: Wacken e MetalDays, mas o show no Summer Breeze não deixou a desejar. “Rise Up”, “D.N.R", “The Formation of Damnation”, “Into the Pit” e tantas outras fizeram a cabeça dos thrashers.

Eu queria ouvir “Dark Roots Of The Earth”? Sim! Mas não se pode ter tudo, não é mesmo?


Eu amo Kreator! De verdade, que banda divina de ouvir em casa ou ao vivo. Dá uma energia, um gás, que poucas bandas conseguem, e no Summer Breeze não foi diferente! Com pirotecnia e um palco de dar inveja, um dos maiores expoentes do thrash metal alemão trouxeram todas as músicas que o público esperava: “People of the Lie”, “Enemy of God”, “Phobia”, “Satan Is Real”, “Hordes of Chaos”, “Violent Revolution” e era impossível não se animar com os circle pits sendo formados. Como sempre, os caras entregaram um show impecável! Depois do Kreator, eu precisava de um descanso!


Confesso que optei em assistir o Parkway Drive, pois estava difícil de chegar até o palco Sun para prestigiar o Stratovarius. Apesar de um público relativamente menor que o esperado para assistir os australianos que não vinham ao Brasil desde 2014, tanto a banda quanto os bangers estavam bastante animados. Com pirotecnia e um som que ficou cristalino, foi bonito ver as pessoas cantando “Prey”, “Crushed” e “Wild Eyes”. Pra quem nunca tinha prestado muita atenção nessa banda, eu resumo o show em uma única palavra: Impressionante.


Pra fechar o festival de forma memorável, o Evergrey se apresentou no palco Waves, um auditório que era exclusivo para quem adquiriu o ingresso ao Lounge. O Waves tem uma acústica muito boa, e lugares pra assistir sentado, mas muitas pessoas preferiram ficar em pé próximo ao palco. O setlist trouxe tudo o que um fã de Evergrey espera: clássicos como “A Touch Of Blessing” e “Recreation Day”, a belíssima “King Of Errors”, além de “Midwinter Calls” e “Call Out The Dark” do seu último álbum A Heartless Portrait.


Prontos pro próximo Summer Breeze? Nós estamos, e muito ansiosos!



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