Opeth e Savatage - Espaço Unimed 21/04/2025
- Ricardo Bernardo
- há 12 minutos
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Opeth e Savatage Espaço Unimed – São Paulo 14/11/2023
Texto por Ricardo Bernardo
Fotos por Reinaldo Canto / Ricardo Matsukawa / Mercury Concerts

Na noite de 21 de abril de 2025, o Espaço Unimed, em São Paulo, foi palco de um encontro memorável entre duas potências do metal: Opeth e Savatage.
O evento, que ocorreu dois dias após a participação de ambas as bandas no Monsters of Rock, proporcionou aos fãs uma experiência única e intensa.
as bandas possuem abordagens diferentes , Savatage veio do Heavy metal Tradicional enquanto Opeth começou com Death Metal.
Mas no decorrer do tempo ambas incluíram elementos teatrais, melódicos, atmosféricos e influência de música clássica em suas composições.
Por isso esse show iria misturar públicos diferentes, mas com gostos similiares, para um espetáculo com musicas de alta qualidade.
Além disso, é o primeiro show solo do SAVATAGE, depois de um hiato de mais de 20 anos.
O que iria por vir era um misto de alegria, expectativa e saudosismo
. Opeth: Muita técnica, humor acido e partes sombrias.
A abertura da noite ficou por conta dos suecos do Opeth, que subiram ao palco às 19h30. Liderados por Mikael Åkerfeldt ( Miguelito para os Íntimos ), a banda apresentou um setlist que mesclou faixas do álbum mais recente, The Last Will & Testament (2024), com clássicos de sua carreira.

O público foi conduzido por uma viagem sonora que transitou entre o peso do death metal e passagens melódicas e atmosféricas, características marcantes do grupo.

Se tem algo de ruim foi o tempo da apresentação. Com menos de 1 hora a banda tocou 10 musicas com total interação do publico nos refrões e partes acústicas.
Destaques incluíram "Ghost of Perdition", "Blackwater Park" e "Deliverance", que arrancaram aplausos entusiasmados da plateia. A performance técnica e emocional da banda reforçou seu status como um dos nomes mais respeitados do metal progressivo.

Setlist do Opeth
"Seven Bowls" (Intro – Aphrodite’s Child)
"§1"
"Master’s Apprentices"
"The Leper Affinity"
"§7"
"In My Time of Need"
"§3"
"Ghost of Perdition"
"Sorceress" (com introdução da banda)
"Deliverance"
Savatage: o retorno triunfal de uma lenda
O retorno do Savatage aos palcos brasileiros, após mais de duas décadas, foi um momento histórico e profundamente emocional para os fãs de metal progressivo e sinfônico. Às 21h30, o palco do Espaço Unimed se transformou em um verdadeiro teatro épico, com luzes dramáticas, projeções e uma atmosfera de pura celebração. A ausência de Jon Oliva, por motivos de saúde, foi sentida, mas a presença carismática de Zak Stevens nos vocais e a execução afiada dos músicos — Chris Caffery e Al Pitrelli nas guitarras, Johnny Lee no baixo e Jeff Plate na bateria — compensaram com sobras, oferecendo um show grandioso e memorável.

A abertura com "The Ocean" seguida de "Welcome" aqueceu o público, mas foi com "Gutter Ballet" que a emoção realmente explodiu. A introdução ao piano, as variações dinâmicas e os solos expressivos levaram os fãs às lágrimas — um verdadeiro espetáculo sonoro e visual. Logo depois, veio uma das canções mais esperadas da noite, "Chance", cuja complexidade vocal foi reproduzida de maneira surpreendente ao vivo. As harmonias entre as camadas vocais ecoaram pelo salão com uma precisão quase cirúrgica, e Zak Stevens mostrou por que ainda é considerado um dos grandes frontmen do gênero.

Entre riffs poderosos e momentos de introspecção, chegou "Edge of Thorns", recebida com gritos de euforia pela plateia. A canção, eternamente associada a Criss Oliva, teve seu solo acompanhado por um mar de vozes e celulares iluminando o salão, criando uma conexão intensa entre banda e público. Pouco depois, um dos momentos mais impactantes da noite: "Dead Winter Dead" ganhou contornos cinematográficos, com projeções de ruínas e guerras ao fundo, enquanto as luzes alternavam entre tons frios e quentes, reforçando a dramaticidade da composição.

Mas nenhum momento foi tão comovente quanto "Believe", quando imagens de Jon Oliva surgiram no telão e os fãs entoaram os versos com lágrimas nos olhos. Zak, visivelmente emocionado, agradeceu o carinho do público e fez um breve discurso sobre a importância da música como ferramenta de união e resistência.

Já caminhando para o encerramento, a explosiva execução de "Hall of the Mountain King" coroou a apresentação com intensidade e técnica. O público pulava, cantava e vibrava, encerrando com energia uma noite que ficará gravada na memória de todos os presentes.
O Savatage provou que o tempo pode passar, mas a força de uma boa música — ainda mais quando carregada de paixão e história — é eterna. Um espetáculo impecável, emocionante, e acima de tudo, digno do legado de uma das maiores bandas da história do metal.
Setlist do Savatage:
The Ocean (com trecho de "City Beneath the Surface")
Welcome
Jesus Saves
Sirens
Another Way
The Wake of Magellan
Strange Wings
Taunting Cobras
Turns to Me
Dead Winter Dead
The Storm
Handful of Rain
Chance
This Is the Time (1990)
Gutter Ballet
Edge of Thorns
The Hourglass
Believe
Power of the Night
Hall of the Mountain King
ReSUMO FINAL
Ambas as bandas mostraram por que continuam sendo referências absolutas em seus estilos. A produção foi impecável, o som limpo e potente, e a resposta do público calorosa e participativa do início ao fim. Mais do que dois shows, foi uma verdadeira celebração do metal em todas as suas formas — técnica, emoção, peso e beleza.

O evento superou todas as expectativas. Foi uma noite para guardar na memória, com duas apresentações intensas e complementares. Para quem esteve presente, não restam dúvidas: o dia 21/04/2025 entrou para a história como uma das datas mais marcantes do metal internacional no Brasil.
agradecemos a catto e a mercury pelo credenciamento e parceria.
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