Texto por : Ale ALbuquerque.
Essa resenha é na verdade uma impressão pessoal, baseada nos meus 25 anos como uma fanática pelo mundo do Rock n’ Roll e como alguém que nunca escreveu muita coisa sobre o assunto, mas Dio me livre de ser uma Tégis Radeu da crítica. Não esperem um texto de alguém com a boca cheia de batata doce, de floreios, falando de mil referências relacionadas aos artistas, com formação acadêmica, do senai, da put4 que pariu, das alucinações e o que seja.
Aqui quem vos fala é quem fica horas na fila por ingresso, mantém as camisetas das bandas como uniforme e usa até virar pano de chão (ou até virar pó, porque pano de chão da pra usar ainda), juntava moeda pra comprar piratão e se virava com o que conseguia de informações sobre seus astros do rock favoritos.
Rock é pra ser sujeira e sincero, seguirei dessa forma a minha comunicação.
Infelizmente não consegui acompanhar as bandas que se apresentaram antes do Helloween por conta de um problema de saúde do meu dignissímo, vulgo Cremoso, que estava doente e, agradeço o esforço dele ter me acompanhado mesmo um pouco debilitado, suporando 55 horas de solo de teclado do Deep Purple (baita prova de amor, amo esse homem).
Deep Purple
Eles estão com aspecto visual de qualquer tiozinho que vocês conheçam, uma coisa entre seu vizinho que joga bocha toda quinta, um aposentado de repartição, um fã old school da própria banda ou algo do tipo, mas é delicioso você olhar para eles e pensar “porra, os caras estão aí e são da mesma época do Led Zeppelin” – apesar de toda a zoeira, são gigantes
da cena e aqui vai o meu MÁXIMO RESPEITO.
A formação clássica estava quase completa mas, contando com um o novo guitarrista - Simon Mc Bride. Chegaram já com o pé na porta com Highway star, mas espera aí, não tem aquele berro maravilhoso do Ian, mas tem o Ian ali se esforçando de uma forma linda sem baixar muito o tom e foi emocionante de se ver/ouvir.
Acho ótimo quando bandas iniciam o show com uma escolha empolgante que tem cara de encerramento.
O tecladista (Don Airey) teve seu momento de solo e fez uma gracinha tocando alguns clássicos BR como “tico tico no fubá”, “Sampa” e “Brasileirinho”, um tempo que na minha opinião foi lento e doloroso, mas vá, era o Purple, já aguentei muito tecladista de churrascaria e estou reclamando de barriga cheia.
Rolou também os hits Anya, Lazy, Space Truckin e a clássica cantada massivamente pela plateia, aquela que opapai, a vovó, a titia e até o seu cachorro sabe: Smoke On The Water (informação desnecessária que talvez vocês não saibam: eu achava que essa música era sobre erva, mas na verdade é sobre um incidente que rolou com Frank Zappa).
AI EU AMOOOO ENCORE! E isso rolou com todas as apresentaçoes. Aquela coisa que parece que acabou, pessoal saindo da pista, rola um suspense, mas dai voltam, todo mundo correndo vergonhasamente de volta, parece que é pra colocar aquela cerejinha do bolo e pra mim, encerrar com Hush (que nem é deles, mas a melhor versão é a delesmesmo) e Black Night foi aquela cereja beeeeem suculenta e açucarada.
Scorpions
Scorpions me trás uma memória de infância muito forte que vem dos meus pais. Ás vezes quando eu era bem pequena eu ia em algumas lanchonetes meio bar com meu pai comer um salgado e sempre tinha alguém colocando o som deles na Jukebox, minha mãe comprava aqueles dvd’s “99 clipes de flashback” e também sempre tinha ali pelo menos duas músicas deles.
Confesso que não sou muito apreciadora da banda, nada contra, não acho ruim o som, máximo respeito também pela carreira sólida dos caras, não chegam à ter o mesmo aspecto do tiozinho que joga bocha, estão mais pra “motoqueiros dorme sujo”, tem uma presença mais pesada no palco, porém as músicas ali seguiram com alguns bons tons abaixo.
Não tenho conhecimento técnico de música, achei a voz de Klaus até que bem próxima ao que era nos anos 80 da banda, então talvez eu tenha estranhado os tons adaptados.
Mas se tem uma coisa que eles sabem fazer como ninguém é causar aquele sentimento de dor no coração, que até mesmo quem nunca teve um relacionamento na vida consegue sentir quando escuta Still loving you, a plateia de 50 mil pessoas se entregou num coro coletivo de sofrência que não é só o sertanejo que proporciona.
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O setlist contou também com Wind of change, send me an angel, com a pedrada de The Zoo e encerrando com a clássica Rock you like a hurricane.
KISS
E o show do Kiss não é só MUITO LEGAL por conta das músicas, são palhaços do rock (calma, no bom sentido), com todo aquele cenário que afeta o seu subconsciente, eu fiquei animada que ali do meu ladinho subiram bonecos enormes, percebi o cabo de aço passando até um palco pequeno no meio da platéia, achei fofo a quantidade de crianças com os rostos pintados e ansiosos, no fim me dei conta que eu estava no mesmo espiríto dos pequenos fãs.
Gosto de Kiss desde a infância mesmo, foi um sopro de nostalgia. Iniciaram com Detroit rock city, os 4 em plataformas acima do palco descendo até o chão ,explosões, fogos e tudo
que tem direito, Gene Simmons e Paul Stanley possuem uma sinergia entre eles com a platéia, fazem questão de TODA MÚSICA interagir com o público, eles passam esse ar de “eu sou um rockstar e eu sei que sou fodão, me admirem”, mas não num sentido arrogante, talvez eu não saiba explicar tão bem, mas é positivo.
Rolou alguns vídeos tempos atrás zoando a voz do Paul em alguns shows, talvez não fosse no Brasil (não sei), eu sei que eles sabem que o público brasileiro é conhecido pelo fervor e não fizeram nem um pouco feio, nada de tons muito abaixo e nada de muita firula vocal por parte do Paul, um espetáculo, um ES-PE-TÁ-CU-LO.
Eles disseram que seria o último show deles no Brasil, pois era a última turnê de banda, VAMOS VER MESMO NÉ DONA BANDA BEIJO, desde que eu me conheço por gente eu escuto esse papinho hein.
O setlist contou com os hits Shout it loud, Heaven’s on fire, Lick it up, Love gun (com Paul atravessando a plateia numa tirolesa), I was made for loving you e claro, finalizando com a clássica e esperada Rock n’ roll all night.
Com um Allianz Park lotado chegávamos ao fim de mais um monsters of rock com publico satisfeito pela qualidade das bandas e por ter presenciado mais uma vez um capitulo da historia do rock /metal do brasil .
agradecemos a catto e a mercury pelo credenciamento e parceria.
até o próximo monsters of rock.
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